CENA DE PODER
“O feminismo deve superar o patriarcado e o machismo que tem nos levado apenas à violência, à destruição e à morte” –Márcia Tiburi
06 de dezembro. Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da
Violência contra as Mulheres, mais uma famigerada data de mobilização/
conscientização que pouco contribui para a diminuição dos índices da violência patriarcal.
A data teve origem após um triste episódio
chamado: “Massacre de Montreal”.
No dia 06 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc
Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá
e ordenou que todos os homens se retirassem da sala, eram cerca de 48, permanecendo
somente as mulheres. Em seguida Marc começou a gritar: “vocês são todas
feministas?”, e começou a atirar à queima roupa, matando no total 14 mulheres,
e em seguida, se suicidou. Com ele, foi encontrada uma carta que continha uma lista
com nomes de 19 feministas Canadenses que ele também desejava matar e na qual
explicitava a motivação de suas ações, que dizia: “mandar de volta ao Pai as
feministas que arruinaram a sua vida..”
O que teria levado Marc à matar 14 mulheres e atribuir a
culpa da ruína de sua vida às feministas? O feminismo como movimento
revolucionário seria a resposta para essa pergunta. Um movimento que tem como
meta principal a destruição do patriarcado e da opressão sexista, deixaria
qualquer opressor com medo, levando-os à revidar e reivindicar sua posição de
poder, afinal, o machismo é uma cena de poder, como disse a pensadora Márcia
Tiburi. O massacre de Montreal foi um exemplo de performatividade para estabelecer
efeitos de poder, e deixar um aviso: “Vocês não se libertarão tão fácil assim”.
E esse mesmo aviso performa no dia a dia das mulheres que lutam pelo fim da violência
patriarcal.
No Brasil a data foi reconhecida no dia 20 de junho de 2007,
pelo Decreto de Lei nº 11.489. O dia de
mobilização foi oficializado no papel, mas
não vemos os homens na rua para contribuir com essa conscientização, também não
percebemos os homens corrigindo amigos ou pessoas próximas quando falam aquela
piada machista ou quando reproduzem comportamentos patriarcais. Reflexo disso
são os últimos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em que foram
registrados um crescimento de 5.2% da violência doméstica em 2019, além de um
aumento de 7.1% do feminicídio, esses dois tipos de violência tem suas raízes
no machismo estrutural propagado cotidianamente. É inconcebível que em nosso
país, as mulheres sofram violência doméstica a cada 2 minutos.
A violência é uma
forma de controle do patriarcado, ela exerce
dominação simbólica sobre corpos, mentes, práticas... já o feminismo, é a
subversão dessa lógica opressora, por isso provoca medo em quem
oprime e visto como “radical” para muitos leigos, pois não ainda não entendem
que o feminismo beneficiará à todos!
Precisamos dos homens como aliados à essa luta, é necessário
que eles levantem a bandeira do feminismo, já que os mesmo são os grandes causadores desses problemas, enquanto isso, a humanidade ainda corre
perigo.
Convertam-se!
Texto: Luana
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