A CULTURA DO ESTUPRO

 Cultura do estupro é um conjunto de violências simbólicas que viabilizam a legitimação, a tolerância e o estímulo à violação sexual. O sistema patriarcal contribui para que esse tipo de cultura perpetue em nossa sociedade! A ideia de culpabilizar a mulher pela violência que  sofre, tem sido rotineira no Brasil.

Nos últimos meses, nos indignamos com a sentença de “estupro culposo” de Mariana Ferrer, em que a mesma foi humilhada por um dos advogados, o mesmo insultou a Mari pelas roupas que ela estava usando no dia do crime e pela sua profissão, influenciadora, porque na cabeça medíocre desse homem, o crime aconteceu devido à esses fatores. O “caso Mari Ferrer” foi um dos grandes exemplos do machismo estrutural e da cultura do estupro enraizada nas instituições judiciais do Brasil, nós é que pagamos com a humilhação pública e o julgamento dos juízes de valor da internet.  Mesmo com todas as provas, vídeos e exames, o réu continua livre e Mariana segue com sua dignidade ferida, vivendo à base de antidepressivos.

“Aquela roupa estava ousada demais”, “aquele batom estava chamando muita atenção”, “se tivesse ficado em casa..” essas sãos algumas frases que fomentam a cultura do estupro no cotidiano, procurar justificativas nas roupas, no horário, na maquiagem são tentativas de isentar o estuprador/violador de seu crime e transferi-la para a mulher violada!

Outro caso mais “recente” que trouxe indignação e desgosto de viver no Brasil, foi o caso do “Jogador Robinho”, esse indivíduo participou de um estupro coletivo na Itália no ano de 2013, a defesa do patife fez um dossiê sobre a vida da vítima, uma forma de encontrar algo para culpar a moça que sofreu a violência, como um copo de bebida, por exemplo (mais uma prova da cultura do estupro) graças as Deusas, ele foi condenado a 9 anos. Recentemente as gravações dos depoimentos dos imbecis que cometeram o crime vieram à público, são declarações nojentas que evidenciam os discursos machistas e misóginos  dos estupradores. Em um trecho de conversa de Robinho com outro condenado pelo estupro coletivo, ele diz : “Não vai nem lá(Itália), volta para o Brasil, pelo menos tu não fica em cana (risos)”, a certeza da impunidade no Brasil e o riso sádico no final da conversa, é a “cereja do bolo” do patriarcado. Apesar da condenação, o estuprador ainda ganhou um bônus: uma contratação milionária de um time de futebol brasileiro, provando que a impunidade acobertará o estuprador.

Esses dois casos mostram a incompetência do estado em proteger as mulheres, até quando teremos nossa liberdade ofuscada para não nos colocarmos em situações de risco? Fomos socializadas a ter medo dos homens, e quem irá socializá-los para não matar e estuprar as mulheres?  

Só é considerado  sexo consensual quando as pessoas que realizarão o ato, estiverem com CONDIÇÕES de dizer sim! A culpa do estupro é sempre do estuprador! Para que esse problema tenha um fim definitivo, precisamos de uma sociedade feminista!

Resistiremos!

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Texto: Luana


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