O ESTEREÓTIPO FEMINISTA

 “ É uma perversão histórica estranhamente não questionada que a paixão e o fogo do movimento feminista tenham vindo de solteironas amargas, que odiavam os homens e nunca faziam sexo; de não mulheres castradoras e assexuadas, que queimavam de tanta  inveja do órgão masculino que queriam arrancá-lo de todos os homens, ou destruí-los, exigindo direitos apenas por não terem o poder de amar como mulheres” – Betty Friedan

Bom, imagine que até pouco tempo atrás as mulheres sequer eram consideradas seres racionais capazes de reivindicar o próprio “eu” (tomar decisões por si mesmas, ter uma vida “além lar”) rodeadas de costumes patriarcais (cuidar da casa, dos filhos, servir ao marido.. literalmente falando), excluídas da vida pública e do direito de participar ativamente de escolhas políticas... Era necessário fazer algo, era urgente sair da condição de oprimidas, era preciso desafiar o patriarcado! 

E foi diante dessa indignação que o movimento feminista foi fundado e consolidado: na luta contra o machismo, sexismo  e reprodução de tradições patriarcais, que aprisionavam e ainda aprisionam as mulheres em uma sociedade que as veem como “servas” de alguém. Livrar-se de um opressor que demorou 3000 anos para consolidar sua supremacia é a tarefa mais árdua do feminismo como projeto político de emancipação, dentre as investidas para sufocar o grito de liberdade das mulheres, o patriarcado utiliza o Mito da mulher castradora e mal amada. 

Eternizado pelas palavras de Friedan, as feministas eram, aos olhos do patriarcalismo, mulheres mal-amadas, feias, incapazes de sentir prazer sexual, mulheres que invejavam tanto o órgão sexual masculino que eram capazes de arrancá-los dos homens... e essa mesma mulher seria motivada pela "raiva e amargura" a lutar por “igualdade”, com o intuito de ser igual ao homem... essas ideias sobre as feministas reforçaram, na década de 60 até a atualidade, estereótipos feministas que servem para desqualificar e esvaziar o pensamento político sobre as reivindicações do feminismo! Não queremos extirpar o órgão sexual de ninguém, não somos feias e nem incapazes de amar alguém do sexo oposto, somos mulheres lutando pela sobrevivência em uma sociedade castradora que mata e subjuga mulheres! Queremos o direito de andar na rua tranquilamente e não ser culpada pelas violências sexuais que sofremos, é por isso que lutamos!

De castradoras à feminazi, os estereótipos da luta por uma sociedade mais justa e empática com as mulheres, não abafarão o nosso continuo desejo de dizer Adeus ao Patriarcado!

...Ainda somos seres humanos reivindicando nosso próprio “eu”!

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Texto: Luana



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